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As bromélias e a dengue!

Autor: Gláucia de Oliveira - Data: 08/12/2009
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Com a chegada do verão, temperaturas mais altas e maior frequência de chuvas, inicia-se o problema que enfrentamos todos os anos= a dengue. E como medida de prevenção, já sabemos que não devemos deixar água limpa se acumular permitindo a procriação do i]Aedes aegypti/i], mosquito transmissor da doença, certo? E muitas vezes surge a dúvida= e as bromélias? Devem ser eliminadas? A resposta é não. Mas para entendermos vamos conhecer melhor esta espécie presente atualmente em tantos jardins.

As bromélias, plantas da família Bromeliaceae, são exclusivas do continente americano, principalmente América do Sul e Central. No Brasil há aproximadamente 1200 espécies nativas já catalogadas, que ocupam praticamente todos os ecossistemas brasileiros. A Mata Atlântica e seus ecossistemas associados, como por exemplo as restingas, os manguezais e os campos de altitude é o bioma mais rico em plantas desta família. Mas, as bromélias também são encontradas no Cerrado, na Amazônia e inclusive no Semi-árido.

As bromélias possuem diferentes hábitos. Muitas são epífitas, ou seja, vivem sobre os troncos de árvores, o que leva muitas pessoas a denomina-las como parasitas. Mas isso não é verdade! Elas não retiram seu alimento dessas árvores, apenas as utilizam como suporte. Elas podem também crescer em solos pedregosos - saxícolas; ou em meio a pedras – rupícolas ou serem terrestres. Pela sua beleza e potencial ornamental, muitas bromélias são utilizadas em paisagismo, como por exemplo= Aechmea, Billbergia, Alcantarea, Guzmania, neoregelia, vrisea, dentre muitas outras. devido a este potencial muitas populações de bromélias vem sendo ameaçadas pela coleta indiscriminada de exemplares para serem vendidos e utilizados em jardins residencias e projetos paisagísticos levando inúmeras espécies a riscos de se extinguirem na natureza.

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A maioria das espécies de bromélias possuem as folhas crescendo em rosetas e formando um tanque ou copo onde se acumula água da chuva. Este tanque é fundamental para a sobrevivência da planta, pois é dele que ela absorve água e nutrientes que foram carregados até ali pelo vento ou então proveniente de matéria orgânica, como folhas caídas por exemplo, que se decompôs liberando os nutrientes. E por essas características as bromélias fornecem um ambiente adequado para inúmeras formas nativas de vida, que vão desde a organismos microscópicos a até pequenos sapos, aranhas, lesmas, besouro, centopeia e minhocas. E é verdade que estes tanques também são utilizados para a reprodução de muitos insetos. No entanto, um estudo desenvolvido pelo Instituto Oswaldo Cruz da Fiocruz durante um ano monitorando 156 bromélias situadas no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, apontou que em 2.816 formas imaturas de mosquitos coletadas nas bromélias apenas 0,07% e 0,18% pertenciam ao gênero Aedes, sugerindo que as bromélias não constituem um problema epidemiológico como foco de propagação ou persistência destes vetores. Provavelmente o mosquito da dengue, que é nativo da África, não está adaptado a este ambiente e perde na competição com as espécies nativas e melhor adaptadas.

Mas, mesmo com essas estatísticas animadoras a Sociedade Brasileira de Bromélias sugere as seguintes recomendações=

Para poucas bromélias em casa ou no apartamento= a água deve ser trocada pelo menos duas ou três vezes por semana. A água deve ser entornada sobre a terra ou longe dos ralos, para que possíveis ovos ou larvas não proliferem nesses locais que são de comprovada periculosidade. Regar as plantas com uma calda de fumo (fumo de rolo ou de cigarro colocado em dois litros de água de um dia para outro ou fervido) três vezes por semana. Também se recomenda duas vezes por semana, a aspersão de todo o ambiente onde as plantas estão com inseticida aerosol piretróide com propelente à base de água (exemplo= SBP). É importante evitar aqueles com querosene. Se possível, utilizar todas essas medidas em conjunto para segurança total

Para muitas bromélias em vasos ou plantadas no chão, em jardins (prédios, empresas etc.)= Recomenda-se o inseticida natural comercial chamado Natural Camp que deve ser pulverizado uma vez por semana. Não há perigo para animais domésticos e para o homem. O fumo de rolo em infusão também poderá ser utilizado na rega, três vezes por semana, tal qual no caso das residências. Outra alternativa é a aplicação de inseticidas piretróides comerciais, vendidos em casa de lavoura ou lojas agropecuárias, com recomendação agronômica. A recomendação ou receituário agronômico leva à necessidade de se contratar empresas de manutenção profissional que tenham técnico agronômico responsável (para condomínios e empresas, especialmente, esta é a recomendação da SBBr)

Para colecionadores e produtores de bromélias = já realizam combate sistemático a pragas e, com isso, aplicam inseticidas com frequência. Não há notificação de focos em qualquer desses estabelecimentos.

Agora você não tem mais motivos para se desfazer de sua bromélia, aproveite estas dicas e cuide para que elas continuem embelezando o seu jardim!


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Comentários

26/11/2013 13:15:35

ótima informação.
quanto à denque colocar pó-de-café na água da bromélia é também uma alternativa , onde ocorrem focos do Aedes

12/07/2013 10:01:37

Adoro Bromélias de todos os tipos e cores e muitos me perguntam sobre a dengue, importante orientar para que essas plantas continuem nos brindando com a sua beleza, sem riscos e preconceito. Parabéns pelo artigo.

07/01/2010

Obrigada Marisa!
Parabéns pelo seu trabalho e acho que é esse mesmo o caminho, temos que ajudar a desmistificar certos conceitos para trabalharmos em favor da conservação!




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